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Como será o amanhã?

“Eu entro em uma loja para escolher e experimentar uma roupa, mas compro no celular para evitar pegar uma fila.”. Este tipo de depoimento expressa uma verdade inquietante: o mundo do consumo está mudando radicalmente.

No exemplo acima, a compra foi física ou online? Os shoppings vão cobrar em cima da venda online? Quantos consumidores dispensarão a ida ao shopping pra não pagar estacionamento, não pegar fila ou não sair do seu querido lar?

O Credit Suisse chamou a atenção, recentemente, ao prever que 20% a 25% dos grandes shoppings centers dos Estados Unidos devem encerrar operações no espaço de 5 anos.​Isto significaria o fim de 240 a 300 dos cerca de 1.200 shoppings existentes hoje no país. Os números são do CoStar Group, fornecidos pelo Conselho Internacional de Shopping Centers.

Um podcast do início de junho com analistas do banco americano Goldman Sachs debateu o que está mudando no cenário de varejo e como isso deve mudar o cenário urbano. Muitos analistas estão prevendo alugueis em queda para o futuro, mas até lá muitas lojas amarradas em contratos antigos vão fechar. Isto implica numa destruição brutal de valores investidos por milhares de pequenos empresários que se aventuraram a abrir lojas em shopping nos últimos anos. Os empreendedores não querem fazer novos contratos com lojistas já estabelecidos . Preferem dar descontos temporários na esperança que o mercado se restabeleça e possam voltar a cobrar os locativos anteriores.

Mas será que isso será possível diante do quadro de mudanças de comportamento do consumidor? Quanto fôlego tem as lojas para continuar lutando como mexilhões entre o mar de consumidores e a rocha dos empreendedores?

Assim como o Credit Suisse, os analistas do Goldman apontam o comércio eletrônico e a mudança nos modelos de consumo como os grandes catalisadores da mudança.

Hoje, apenas 9% do varejo global é eletrônico: algo como US$ 2 trilhões em um mercado total de US$ 23 trilhões. Em setores como comida, a parcela do comércio eletrônico fica entre 7% e 8%, enquanto que em outras como livros e brinquedos, chega a 50%.

Há um abismo entre os ritmos de crescimento: 1% a 2% por ano em lojas físicas contra 14% a 15% no online, com impressionantes 30% de crescimento anual no comércio via celular (mobile). O smartphone é uma loja ao alcance das mãos 24 horas por dia, 7 dias por semana. A própria divisão entre real e virtual é cada vez mais porosa.

O sucesso no varejo será fruto de um bom casamento entre as duas dimensões: “o paradigma não é uma coisa ou a outra”, diz Kim Posnett, diretora global de internet na banca de investimentos do Goldman.

Há uma mudança mais ampla em como as pessoas gastam. Mesmo com dinheiro e disposição, o foco é o acesso ao invés da posse, e na experiência como um todo ao invés do produto isoladamente. As pessoas estão gastando em viagens, restaurantes, mídia, entretenimento e acomodação ao invés de acessórios, vestuário e bens de consumo pessoais, como no passado.

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