Mais de uma centena de lojistas pede mudanças nos shoppings de Porto Alegre
Quando, em outubro, explodiu o estresse dos lojistas com o BarraShoppingSul, o problema reunia pouco mais de uma dezena de empreendedores — o que já era muito, considerando a relação até então protegida pela mútua confidencialidade. Agora, o número de comerciantes que pedem intervenção para conciliar interesses conflitantes passa de uma centena, relata a empresária Nilva Bellenzier, coordenadora da CDL PoA Shopping. Eles se reúnem nesta terça-feira para elaborar e enviar documento à direção dos shoppings em busca de conciliação.
— O momento é desesperador. Alguns tentaram renegociações individuais, mas não tiveram o retorno esperado e, baseados nisso, estão intensificando a luta — relata Nilva.
Vice-presidente da entidade, Nilva diz que a CDL não é protagonista, apenas tentar intermediar uma conciliação, antes que a exasperação resulte em uma saída coletiva de lojistas dos shoppings, situação que não está descartada. Com a crise que encolheu as vendas e engoliu parte das margens como pano de fundo, os lojistas pedem essencialmente revisão dos valores mensais e, em especial, do chamado "13º aluguel", cobrança extra que se baseava no histórico de que, em dezembro, a venda duplicava — o que não ocorre há pelo menos três anos.
— Antes, as margens eram maiores, o poder de compra da população era maior. Existem vários lojistas que dizem que, se não houver renegociação de aluguel e extinção do 13º aluguel, não têm mais condições de tocar o negócio — relata Nilva.